Pesquisa selecionou 57 mulheres entre 20 e 45 anos de idade.
Estressadas têm sete vezes mais chance de desenvolver dependência.
Viciada em doces, a publicitária Fernanda Paschoalin afirma que as guloseimas são uma arma para aliviar o estresse
Brigadeiro,
chocolate, bala, sorvete ou compota. Todos os dias, a publicitária
Fernanda Morais Paschoalin, de 29 anos, tem pelo menos um desses itens
incluídos em seu cardápio. Amante de doces, Fernanda afirma que não
consegue ficar um dia sem o alimento. "Sinto muita falta quando fico sem
comer. No meu último trabalho, eu tinha até hora para parar e comer um
doce. Era o momento em que eu dava uma relaxada, quando começava a me
estressar. Sempre fico mais tranquila depois de comer doce", afirma.
Pessoas
como Fernanda, 'loucas' por doce, foram alvo de uma pesquisa realizada
pelo Departamento de Nutrição e Metabolismo da Universidade de São Paulo
(USP) em Ribeirão Preto (SP). O estudo, desenvolvido pela nutricionista
Danielle Marques Macedo, sob orientação da professora Rosa Wanda Diez
Garcia, aponta que mulheres estressadas são mais suscetíveis a
desenvolver a chamada Dependência de Substâncias Doces (DSD), mais
conhecida como fissura por doces.
Segundo Danielle, 57
mulheres entre 20 e 45 anos foram analisadas em um período de 8 meses -
31 com estresse e 26 sem estresse. Uma característica comum a todas elas
é que o Índice de Massa Corporal (IMC) apontava a condição de sobrepeso
- ou acima do peso ideal. "Partimos do princípio de que a mulher obesa
já tem um consumo alimentar grande. Consideramos que se trabalhássemos
com obesas, essas mulheres poderiam ter dificuldade para mensurar a
dependência por doces", explica.
O sobrepeso, no
entanto, não é uma característica exclusiva para que a mulher desenvolva
a dependência, de acordo com a orientadora da pesquisa. "Mulheres com
qualquer biotipo podem ter fissura por doces. A escolha de voluntárias
com sobrepeso foi feita somente por uma questão de maior facilidade na
identificação do problema, uma vez que na faixa do sobrepeso essas
mulheres conseguem discernir a fome da necessidade extrema do alimento",
diz Rosa.
O
desenvolvimento do estudo partiu do princípio do açúcar como produto de
grande disponibilidade e fácil acesso. "Em uma sociedade em que o
açúcar é supervalorizado como alimento, não haveria uma busca de alívio a
curto prazo estimulada pelo consumo do produto? Diante da rotina
tumultuada que grande parte da população vive, partimos da hipótese de
que as mulheres usam o consumo do doce como tentativa de diminuir o
estresse", afirma.
Por meio de um questionário,
Danielle avaliou o nível de dependência de açúcar que estas mulheres
apresentavam. "Percebemos que as mulheres que são dependentes de doces
também eram estressadas. Cruzando as variáveis, vimos que as chances das
mulheres estressadas desenvolverem a fissura é sete vezes maior que de
mulheres que não sofrem com estresse", diz.
Comer doces
para aliviar o estresse seria, então, um desvio de comportamento
alimentar, segundo a pesquisadora. "Quando criamos um mecanismo de comer
alguma coisa para aliviar o estresse, como o doce, o cérebro
desencadeia uma série de reações bioquímicas. Isso cria a dependência",
explica.
Alterações hormonais
Durante o
estudo, observou-se também que as mulheres dependentes de substâncias
doces apresentaram um aumento significativo de leptina - hormônio
regulador do apetite - no organismo. Segundo Rosa, orientadora da
pesquisa, o hormônio tem função de modular o apetite pelo doce. "Ele age
na percepção do açúcar. Quem tem altas doses de leptina percebe menos o
gosto do doce. Então, além da busca da sensação de prazer, essas
mulheres talvez procurem mais pelo açúcar pelo fato de sentirem menos o
sabor desses alimentos", explica.
Para Rosa, o grande
avanço da pesquisa consiste em alertar as mulheres sobre a existência do
problema. "Chamando a atenção para o problema, podemos prevení-lo. As
mulheres que estão mais sujeitas a desenvolver essa dependência podem
ficar mais alertas e buscar alternativas para que isso não aconteça com
elas."
Fonte: REPORTAGEM ANTIGAS --Do G1 25/04/2013
Hum...que delícia! Chocolate quente faz bem para a memória
Cacau para prevenir perda de memória e abacate para combater colesterol elevado estão entre sugestões
Não são só os remédios que combatem problemas de saúde. Alguns alimentos podem ajudar a controlá-los, quando aliados a uma dieta equilibrada. Sabia que suco de beterraba é indicado para quem tem pressão alta e que chocolate quente previne memória ruim?
Isso vi em umas dicas de saude
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